A seguir às viagens e às segundas-feiras de biblioteca, é na Retrosaria que aprendo mais sobre malhas. Volta e meia, no meio de uma conversa, alguém tira da mala uma coisa para mim totalmente nova. Foi o que aconteceu há dias, quando a D. Abília Ferreira (aluna da Rita Correia) me surpreendeu com este xaile do pêlo da cabra australiana que aprendera a fazer trinta anos antes a uma senhora de Santarém. É uma técnica de crochet em que se usa uma agulha de barbela e uma régua e que, segundo a D. Abília, só se consegue fazer com pêlo de cabra, porque com qualquer outro fio o cordão não forma os mesmos caracóis perfeitos e o ponto não fica com a mesma definição. O pormenor da cabra australiana intrigou-me: vim depois a descobrir que afinal o fio era 100% mohair e que vinha de um stock secreto da marca francesa extinta Georges Picaud. O ponto, de acordo com a minha especialista em crochet preferida, é uma variante mais bonita da chamada broomstick lace (♥), e teremos de aprender a fazê-lo numa próxima visita da D. Abília. Quanto ao uso do pêlo de cabra, já me tinha questionado a propósito dos xailes que vi há dois anos em Nisa se alguma das raças que por cá viveram teria um pêlo apropriado. Até porque entretanto também encontrei uma referência enigmática a camisolas serranas de pêlo de cabra (quaisquer achegas serão bem-vindas)…
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